A notícia de que Sandy atuaria em uma adaptação de livro do escritor Lourenço Mutarelli gerou certo grau de estranheza, tanto dentro da comunidade de fãs do autor, que tem entre seus trabalhos O Cheiro do Ralo (levado às telonas por Heitor Dhalia, com Selton Mello protagonizando), quanto no público da cantora. Mas, segundo a própria artista afirmou em entrevista para a Rolling Stone Brasil, desde o início ela foi vista como a pessoa ideal para interpretar o papel de Bruna na produção Quando Eu Era Vivo, versão para o cinema do livro de Mutarelli A Arte de Produzir Efeito Sem Causa. E mais, a identificação foi mútua.
“O pessoal da [produtora] RT Features e o diretor do filme, Marco Dutra, me procuraram. Fizemos uma reunião e eles me disseram que procuravam por ‘Bruna’ e que, na opinião deles, eu me encaixaria perfeitamente na personagem. Li o roteiro com calma e, já na primeira leitura, adorei a ideia e quis seguir em frente”, contou Sandy, sem relevar, contudo, como é a personagem.
O contato anterior dela com a literatura de Mutarelli era pouco, mas a cantora agora está correndo atrás de conhecê-la melhor. “Estou lendo o livro que inspira o filme e gostando muito do estilo do autor, me identifiquei bastante com sua maneira de escrever. Depois disso, com certeza, pretendo conhecer melhor sua obra”, afirma.
A carreira de atriz de Sandy está florescendo. Mas, ao mesmo tempo, há sempre um cuidado por parte dela para fazer isso caber em sua vida sem deixar de lado os trabalhos musicais. “Na verdade, esta ‘retomada’ na carreira de atriz se deu naturalmente”, ela explica. “Alguns convites chegaram até mim, resolvi entender melhor do que se tratavam e adorei encarar estes novos desafios. Atuei em um dos episódios de As Brasileiras e, um tempinho depois, rolou o convite para voltar ao cinema. Fiquei muito feliz, estudei a melhor forma de encaixar na minha agenda e resolvi ir em frente. Meu foco principal continua sendo a música. Retomei minha turnê Manuscrito e, em paralelo, farei mais algumas apresentações do Projeto Covers, em que interpreto músicas do Michael Jackson. Além disso, já começo a planejar meu próximo projeto musical. Quem sabe, logo apareço com novidades…”, afirma, misteriosamente, sem esclarecer mais sobre o que vem pela frente.
“Nem me fale”, exclama ela quando o assunto é o elenco estrelado que a acompanha no longa. Não é nada mal para uma atriz ter seu primeiro grande papel no cinema (se descontarmos o incipiente Acquária, que ela fez com o irmão, Junior) ao lado de Antônio Fagundes e Fábio Assunção, dois dos que integram o time de atores de Quando Eu Era Vivo. “Contracenar com eles será mais do que uma honra, um motivo de grande orgulho… Quero absorver ao máximo tamanha bagagem destes dois atores e tudo o que eles possam me ensinar”, diz. “Começamos a rodar em agosto. A preparação de elenco deve acontecer em julho. Por enquanto, estou estudando o roteiro, os diálogos, lendo o livro, entendendo um pouco de Bruna e demais personagens e trocando muitas ideias com o diretor Marco Dutra. Não vejo a hora de entrar no set!”