Sandy

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São Paulo – Há pelo menos dois anos, Sandy Leah Lima, 27 anos, não vivia um dia tão corrido e com tantos compromissos profissionais quanto a última terça-feira. Desde o começo da tarde, a cantora recebeu apresentadores de programas de televisão e jornalistas num charmoso café localizado no bairro Moema, em São Paulo, para uma maratona de entrevistas sobre a nova fase de sua carreira. Manuscrito, o primeiro disco solo da cantora – e seu primeiro projeto musical desde o anúncio, em 2007, do fim da dupla que teve durante 17 anos com o irmão Junior -, tem previsão de lançamento para 7 de maio. Mas, desde terça, algumas músicas do trabalho já podem ser ouvidas na internet.

Do lado de fora do Espaço Lilló, cerca de 25 fãs estavam na expectativa de ver e falar com Sandy. “Onde será o primeiro show? Quando começa a turnê ?”, perguntavam. Os mais afoitos precisarão ter paciência. A cantora avisou que, sim, uma turnê de Manuscrito está nos planos, mas sem datas marcadas por enquanto. “Provavelmente no final do ano”, ela adiantou.

Sandy não tem pressa. Aliás, tranquilidade e liberdade pautaram a produção do disco. “Sempre quis, mas nunca consegui fazer um disco com calma. Foi a primeira vez que fiz no meu tempo, do meu jeito. E isso foi precioso, fundamental para que eu ficasse satisfeita com o resultado”, conta. “Meu grande desafio foi me sentir segura para deixar como eu queria. Queria um disco que soasse 100% verdadeiro.”

Gravado entre São Paulo, Campinas (SP) e Londres (onde foi registrada a participação da cantora inglesa Nerina Pallot, na faixa Dias iguais) o álbum tem 13 faixas escritas por Sandy ou em parceria com o marido Lucas Lima e o irmão Junior. Os dois assinam também a produção do disco.

Sobre a composição das músicas, ela explica que trabalha muito com a inspiração: “Sempre dizem que compor é mais transpiração que inspiração. No meu caso, prefiro quando as ideias surgem como um flash e em cinco minutos nasce uma música”. Manuscrito reflete o que Sandy gosta de ouvir em casa. Ela cita Coldplay, KT Tunstall e Damien Rice como algumas das inspirações. Violões e pianos tranquilos e suaves, geralmente fazendo acordes menores (“Os mais tristes e bonitos”, ela comenta) criam a cama sonora para letras intimistas, por vezes melancólicas. “Algumas falam de mim, outras de personagens”, diz.

Questionada sobre se os fãs de Sandy e Junior vão gostar de sua nova fase musical, a cantora afirma não saber o que esperar. “Quero o público que me quiser”, responde. De qualquer jeito, Manuscrito chega às lojas com uma tiragem inicial de 50 mil exemplares, número alto para os padrões atuais. Por enquanto, Pés cansados, single que vem sendo executado pelas rádios, tem conseguido boa aceitação.

“Já ouvi na internet trechos de todas as músicas do disco e duas delas ouvi na íntegra. As canções são bem autorais, têm a cara da Sandy, a personalidade dela”, aprovou o estudante de publicidade Guilherme Correia, 19 anos, um dos fãs que aguardava a cantora na porta do Lilló. A estudante de artes cênicas Ana Paula Bastos, 22 anos, também ouviu parte do disco na internet e gostou. “O CD mostra que ela amadureceu, que está numa nova fase, bem refinada. Acredito que quem já era fã da Sandy vai continuar com ela nesta nova trajetória”, arrisca.