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Seis anos após encerrar a carreira ao lado do seu irmão, Sandy retorna aos palcos de Sorocaba(SP) neste sábado (5), onde irá apresentar a sua turnê solo ‘Sim’. Apesar do show ser baseado no segundo álbum de sua carreira solo, a cantora não chegou a se apresentar na cidade com ‘Manuscrito’, lançado em 2010 e que deu o pontapé inicial a sua nova fase. Com isso, os fãs sorocabanos de Sandy poderão conferir, pela primeira vez, o show da cantora na cidade, com o álbum lançado em abril deste ano.

Em entrevista por telefone ao G1, Sandy se revelou ainda mais segura com a sua carreira como artista solo. Maturidade esta que se reflete diretamente em suas músicas, que deixaram de ter aquela pegada adolescente e um estilo mais popular. “Um pop com um ‘quê’ de alternativo”, é assim que a cantora rotula o seu trabalho, que é quase uma auto-biografia, mas, ao mesmo tempo, com um tom poético e que servem, também, como mensagens para si própria.

“A gente tem que experimentar a vida, experimentar as coisas e dizer sim para si mesma”. É com esse ritmo que Sandy chega em Sorocaba com a sua nova turnê. A apresentação está marcada para às 21h na sede campestre do Clube União Recreativo, que fica na rua Francisco Paulo Braion, n° 650, Jardim Guadalajara. Confira a entrevista completa abaixo:

G1 – No seu primeiro álbum como cantora solo, ‘Manuscrito’, muitos fãs dos tempos da dupla de S&J não se identificaram com a nova Sandy que surgia em músicas mais melódicas. Outros, porém, chegaram com este mesmo álbum e outros, ainda, se mantiveram. Como você encara esta mudança no seu público? Ser fã agora da Sandy é mais ‘cult’?

Sandy – ‘Cult’ eu não sei se seria a palavra. Apesar de eu fazer música popular, talvez ela seja um pouco menos popular do que era antes. Eu costumo falar assim: um pop com um “quê” de alternativo. O público correspondente a esse tipo de música é um pouco menor do que o público de música pop, mas eu já esperava por isso. E eu estou muito feliz com a minha fase atual e com o público que está acompanhando o meu trabalho, porque é um público muito fiel, que quando gosta, gosta de verdade. Sobraram menos pessoas em relação aos fãs que acompanhavam a minha carreira com o meu irmão, mas é um público que vai à todos os shows, que está em todos os lugares e eu recebo um carinho enorme. Então, é mais do que eu esperava quando eu iniciei a minha carreira solo e eu estou muito feliz com esse resultado.

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G1 – Além da música que deu nome ao seu segundo álbum, ‘Sim’, há também um trecho na faixa dois, ‘Escolho Você’, que revela uma Sandy mais destemida, positiva e intuitiva. Você diz: “E eu que sempre fui da turma do talvez, me joguei sem paraquedas no sim”. Você parece ter, enfim, ter dito sim, não apenas ao mundo, como sugere a música Sim, mas também a você mesma. Esta ruptura tem a ver com as reflexões feitas na música ‘Aquela dos 30’?

Sandy – Eu realmente estou em uma fase mais segura e bem resolvida na minha carreira, porque eu já tenho uma parte do meu caminho trilhado. E isso reflete nas músicas e em todo o meu trabalho. A pessoa não está separada da artista e vice-versa. Eu comecei a mostrar isso para o público a partir da musica “Aquelas dos 30”. Eu já mostrava uma Sandy mais bem humorada, lidando com as questões da maturidade da vida de uma forma mais divertida e segura. Eu realmente disse sim para mim mesma. O fato de eu enxergar a vida de uma outra maneira, com maturidade, eu fui ganhando uma perspectiva de ver que nada é definitivo e que nada é de tudo ruim, tudo tem solução e a gente tem que estar aberto para a vida, para experimentar as coisas. A gente tem que experimentar a vida, experimentar as coisas e dizer sim para si mesma. É isso que eu quero dizer nas minhas musicas, especialmente na musica ‘Sim’. É mais do que uma mensagem que eu queira passar, muitas vezes eu fico falando pra mim mesma. Para eu ouvir essa mensagem positiva e mudar dentro de mim o que precisa mudar. Eu estou disposta a mudar as coisas que eu acho que não fazem bem para mim.

G1 – Na sua turnê ‘Sim’, que chega agora em Sorocaba, você interpreta algumas canções que foram importantes  para a sua vida e carreira, tais como: ‘Se Deus me ouvisse’ e ‘Angel’. Você pode falar um pouco sobre a importância de cada uma delas e em qual momento elas fizeram parte da sua trilha sonora?

Sandy – “Se Deus me ouvisse” foi uma música do meu pai que eu ouvia quando eu era muito nova, eu acho que tinha uns 3 anos de idade quando o meu pai gravou, e ouvindo essa música foi quando eu resolvi ser artista, que eu percebi que era o meu sonho. Ainda era um sonho infantil, de criança, mas que depois eu fui vendo que era real, que era o meu sonho mesmo de vida: de ser artista como o meu pai, ser cantora. E tem também a Angel, que é uma musica linda da Sara Mclachlan, que é uma das minhas músicas preferidas no mundo todo, na vida toda. Aquela marcou uma fase importante da minha vida, a minha adolescência. Essa musica eu cantei ao meu irmão, em homenagem à ele, eu cantei no último show que a gente fez junto, da carreira em dupla. Então tem um significado especial também.

G1 – Entre as novidades do seu primeiro álbum da carreira solo tem a parceria muito bem sucedida com a inglesa Nerina Pallot na canção ‘Dias Iguais’. Ela que, aliás, veio especialmente ao Brasil para participar da gravação do seu DVD ‘Manuscrito Ao Vivo’. Já na nova turnê ela, indiretamente, também esta presente na sua interpretação da música ‘Idaho’. Hoje a Nerina é a sua maior influência no cenário musical? Podemos esperar mais desta parceria para projetos futuros?

Sandy – A Nerina Pallot se tornou uma das minhas artistas preferidas desde que eu comecei a conhecer mais o trabalho dela. E, realmente, a gente tem uma amizade muito bacana e, por isso, eu acho que seja possível que a gente volte a fazer alguma coisa juntas. Não gravar, mas compor alguma coisa juntas. Mas não tem um projeto especifico encaminhado com relação a isso. Sobre a musica ‘Idaho’, que eu estava cantando em alguns shows, agora, às vezes, eu substituo, eu não canto em todos os shows. Eu estreei a turnê sim antes de sair o disco.  E depois que saiu o disco, o pessoal pede muito as músicas novas, então, para que o show não fique muito comprido, eu acabo colocando as minhas músicas e a ‘Idaho’ é uma das que eu substitui, eu acabo substituindo por “Morada”, que as pessoas estão gostando muito.

G1 – Desde a primeira turnê, você canta pelo menos duas músicas da época de S&J, o que obviamente é uma loucura para os fãs que te acompanham desde o início da carreira. Sempre haverá um espaço em seus shows para estas canções?

Sandy – Eu não tinha pensado muito nisso, mas eu acho que o caminho natural seria que mais para o futuro eu fosse parando de ir cantando as musicas de Sandy & Junior. Por enquanto, eu sinto essa necessidade enorme do público de ouvir as músicas e eu gosto também de relembrar o nosso sucesso, o que eu fiz junto com o meu irmão. Mas eu acho que no futuro isso vai diminuindo: ao invés de cantar duas, eu canto uma e, mais para o futuro, eu não cante nenhuma. No momento que eu achar que o meu repertorio preenche por completo as expectativas do público, eu paro de cantar. Mas agora eu acho que não, eles ainda têm muita vontade de ouvir e eu canto para eles, pois sei que ficam felizes.

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G1 – Recentemente surgiu na mídia a notícia de que você estaria há pelo menos dois anos lutando contra um problema crônico na garganta e que, por este motivo, poderia precisar se afastar dos palcos por alguns meses. No seu show em São Paulo, no dia 17 de maio e também na gravação do Altas Horas, em 4 de julho, você estava com a voz debilitada. Isto tem a ver com este problema? Você pode falar um pouco mais sobre o que se trata?

Sandy – Foi só um boato mesmo. Eu acho que as pessoas tiraram esse boato da entrevista que eu dei para a Marília Gabriela, que eu falei super abertamente e eu não sei porque exagerar, mas eu tenho uma sinusite crônica, que é uma coisa super normal, mas que, realmente, faz já dois anos que eu não consigo curar. Mas isso não me impede de trabalhar, de fazer os meus shows, não prejudica a minha garganta, é ruim pra mim. É mais difícil cantar com sinusite, mas não é uma coisa que prejudica as minhas cordas vocais, que vá me afastar dos palcos, de jeito nenhum. E, este ano, eu tive faringite, umas rês vezes, por causa de mudanças de temperatura, por outros fatores externos, por isso que no ‘Altas Horas’ eu estava daquele jeito e no show de São Paulo também. Mas já passou, eu não estou sofrendo com isso agora. Eu só tenho esses indícios de sinusite, que eu constantemente cuido, tenho acompanhamento médico e é super tranqüilo. Não é nada que vá me afastar dos palcos. Então, as pessoas não precisam ficar alarmadas com isso.

G1 – Outro boato que a mídia divulgou é de que Manoel Carlos estaria planejando uma personagem para você na próxima novela das nove da Rede Globo. Você já foi contatada sobre isso? E o que acha da ideia?

Sandy – Eu não fui chamada para fazer nada, mas eu confirmo a entrevista que o Manoel Carlos deu, falando que gostaria de escrever um papel pra mim. Depois eu até escrevi um e-mail para ele, agradecendo e ele confirmou pra mim sobre interesse e fiquei muito feliz, me senti lisongeada, porque ele falou muito bem do meu trabalho. É uma admiração recíproca. Não há nada concreto, nenhum projeto encaminhado nesse sentido, mas se rolar, vai ser muito bem vindo, se der para encaixar. Eu gosto muito de atuar e eu pretendo me aventurar mais na carreira de atriz. Mas, a minha prioridade, é a musica. Então eu vou continuar trabalhando como atriz sempre que der para conciliar com a minha carreira musical.

G1 –  Por fim, qual a expectativa para o show em Sorocaba, já que é a primeira vez que você se apresenta em carreira solo?

Sandy – Eu estou muito feliz por voltar para Sorocaba agora com a minha turnê solo. Finalmente, depois de tanto tempo, eu estou voltando. Eu tenho boas lembranças do público de Sorocaba, eu lembro que era uma delicia de tocar. E eu espero que o público receba bem o show que eu preparei pra ele, que eu amo fazer e normalmente a gente consegue ter uma troca muito boa de energia . A galera fica mesmo contagiada com o que está rolando no palco e eu contagiada com a energia deles. É uma troca muito boa e eu espero que todo mundo curta, compareça. Vai ser muito legal e eu estou muito feliz por voltar à cidade.

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