Em seu primeiro CD sem o irmão Junior, lançado em 2010, Sandy colocou para fora seu lado “melancólico”. Musicalmente, seu primeiro DVD solo não deve fugir disso, com o apoio de um quarteto de cordas e das participações da pianista e cantora inglesa Nerina Pallot e do cantor Lenine.
O registro do show desta quarta-feira (24) no Teatro Bradesco, em São Paulo, vem também para confirmar a nova imagem que ela busca desde que a rotularam de certinha e careta ainda nos anos 90. Uma campanha de cerveja e uma entrevista para a “Playboy” foram fundamentais para isso.
Em entrevista ao G1, Sandy fala da repaginada e da vontade de lançar um livro. Ela revela preparativos para o segundo CD e o desejo de receber convites para atuar.
G1 – A gravação do DVD acontece depois de uma turnê. Você foi mudando o show aos poucos ou só fez um acerto ou outro?
Sandy – É o mesmo show, com as músicas do “Manuscrito” [primeiro CD], o mesmo roteiro e produção. De diferente, agora temos um quartetinho de cordas. Os convidados vão cantar músicas minhas. São só algumas adaptaçõezinhas. O show amadureceu na estrada.
G1 – E como foi o convite para o Lenine? Por que decidiu convidá-lo?
Sandy – Eu sou fã dele. Adoro o trabalho. Quando pensei em convidados, foi o primeiro que eu convidei. Eu sou fã dele, canto uma música dele no show [“Hoje eu quero sair só”].
G1 – Como é saber que você é responsável pela primeira vinda da Nerina Pallot ao Brasil [ela canta com Sandy e depois faz show no Bourbon Street, em SP]?
Sandy – Eu fico muito feliz e orgulhosa de poder fazer isso. É uma contribuição minha para o público. Eu sou fã assumida. É uma alegria apresentá-la.
G1 – Desde o lançamento do ‘Manuscrito’, a sua imagem parece que foi mudando. Primeiro com o clipe de ‘Quem eu sou’; depois com a campanha da cerveja Devassa; e culminou com a entrevista para a ‘Playboy’. Como você lida com essa mudança? Até que ponto é algo pensado, por não gostar de ser chamada de ‘certinha’?
Sandy – Eu estou muito envolvida com meu trabalho, então não percebo tanto essa mudança. Eu vejo os comentários na internet e as reportagens… Isso é o que eu tenho como parâmetro. Parece que o que aconteceu foi totalmente involuntário. Foi um boato que surgiu com a entrevista da “Playboy”. Ficou uma falação do meu nome. Foi sensacionalismo da imprensa que publicou a frase fora do contexto [Sandy disse: “É possível ter prazer anal”]. Pareceu que eu tinha revelado algo da minha vida pessoal. Eu gostaria de ter evitado a polêmica. É difícil ouvir falarem disso. Mas, de qualquer jeito, contribuiu para mudar minha imagem. Talvez tenha sido um choque para algumas pessoas que ainda não tinham se tocado que eu cresci. Perceberam de uma vez por todas que eu cresci. Eu tenho 28 anos, sei da minha vida. Isso basta. Quem eu amo sabe de mim.
G1 – Você já comentou sobre seu desejo de escrever um livro, talvez compilar textos já escritos. Já pensa também em um segundo disco?
Sandy – Por enquanto, eu estou na loucura. Eu não tenho nem como pensar em escrever alguma coisa. Eu tenho algumas coisinhas começadas já para o segundo disco. Tenho muito trabalho em que vou mais com o corpo do que com a cabeça. É difícil ter tempo para pensar, compor, deixar a criatividade fluir. Depois de isso tudo, em uma fase mais calma, quem sabe… Eu não tenho pressa, escrever um livro é um sonho para quando eu estiver mais velhinha.
G1 – O segundo deve ter uma pegada melancólica como a do ‘Manuscrito’?
Sandy – Esse CD que eu lancei é o que eu sou de verdade. Eu sou aquela pessoa melancólica. Não tem como sair da melancolia. “Quem eu sou” [música da estreia solo] tem um momento mais alegre. Tem uma coisa que vai partir mais para esse lado. Serei verdadeira comigo. Vai ficar na mesma onda. Eu quero refletir quem eu sou. Provavelmente, será de inéditas.
G1 – Você está vendo o seriado ‘Sandy & Junior’ no canal Viva? Como é rever?
Sandy – Passa domingo de manhã, sempre dá pra assistir. Fico com saudade. Tenho vontade de atuar de novo. Acabei de gravar uma participação em “Brasileiras” [série da TV Globo ainda não exibida]. Foi muito gostoso. Não atuava há oito anos, desde o filme “Acquária”. Eu aceitaria convites com certeza. Mas se der para conciliar com a carreira de cantora, que é minha prioridade. Seria difícil fazer novela.