“Estou ansiosa e animada para o show, mas não nervosa, porque é uma apresentação que deu certo, que amadureceu na estrada”, disse Sandy à imprensa antes de subir no palco.
Com a casa inquieta e ansiosa após uma hora de atraso, Sandy arrancou gritos e aplausos desde o início, com Pés Cansados, single de seu primeiro trabalho solo. No palco, uma configuração intimista, com molduras vintages e duas penteadeiras que projetavam clipes, deixou a apresentação com a cara da cantora: jovial e pura.
Acompanhada pelo coro da plateia, Sandy seguiu o repertório de seu primeiro disco solo, com Dedilhada, Ela/Ele e Perdida e Salva; as duas últimas com o apoio orquestra de cordas, com seis violinos e dois violoncelos – além do tradicional baixo, bateria, piano e guitarras e violões presentes em todo o espetáculo. Sob a base dos instrumentos clássicos, sua voz ganhou mais força e profundidade.
Em seguida, Sandy agradeceu aos fãs pela “realização de um sonho” e anunciou que as próximas canções faziam parte das “músicas de cantar no chuveiro”, apresentando Beija Eu, de Marisa Monte, e Put Your Record On, da inglesa Corinne Bailey Rae.
Em Tão Comum, a sétima do show, uma surpresa: Seu Jorge, que com sua voz peculiarmente grave deu à música uma textura mais funk. Com o estrondo da plateia, Sandy disparou: “Esta noite temos muitos convidados. Estou me sentindo!”.
A cantora seguiu com Hoje Eu Quero Sair Só, de Lenine, para em seguida anunciar a participação do cantor pernambucano em Sem Jeito, também do disco Manuscrito. Na execução, Sandy cantou e tocou surdo, mostrando-se pouco íntima do instrumento.
Após a canção, fãs começaram a gritar e um deles se destacou, chamando-a de semideusa. A cantora não aguentou o elogio e brincou: “Semideusa é nova para mim”.
Mais a vontade, Sandy sentou-se ao piano e tocou O Que Faltou Ser, arrancando ainda mais gritos dos presentes do Teatro Bradesco. Ao fim da música Sandy disse estar muito feliz pela noite e revela que a gravação do DVD era seu segundo filho; “O primeiro foi o disco”, completou.
Com cenas de uma viagem de trem no telão e o apoio da orquestra, Sandy seguiu com o repertório de Manuscrito, tocando Duras Pedras. Em seguida, a estrela da noite anunciou a sua última convidada especial, a cantora inglesa Nerina Pallot.
Acompanhada por Nerina no piano, Sandy cantou Dias Iguais, canção gravada pelas duas em Manuscrito. Após a execução, Sandy contou que conheceu a cantora inglesa pela televisão e revelou que após ficar impressionada com seu talento, foi até Londres convidá-la para participar de seu disco. As duas ainda cantaram Idaho, do repertório da inglesa.
Sozinha no palco, Sandy seguiu com mais dois covers: uma versão mais jazz de Wonderwall, do Oasis, e a praiana Por Enquanto, do Legião Urbana, que a cantora disse fazer parte de sua adolescência.
Em seguida, Sandy disse que reviveria os “bons 17 anos de carreira ao lado de Júnior” e cantou Quando Você Passa e Estranho Jeito de Amar. Emocionada, a plateia cantou e bateu muitas palmas, para em seguida seguir em coro com Inesquecível e Não Dá Para Não Pensar, enquanto a cantora se ajeitava no palco.
Sandy continuou com Black Horse And The Cherry Tree, da cantora escocesa KT Tunstall, Casa e convidou a plateia para se levantar em Quem Sou Eu, enquanto imagens de bastidores de sua turnê corriam pelo telão.
Por fim, Sandy deu o bis que todos queriam com Esconderijo, apresentando sozinha no piano, e Tempo, uma das quatro canções repetidas ao longo do show, e que contou a participação de Júnior, diretor do espetáculo, e o marido Lucas Lima.
Mesmo com ida e vindas, paradas entre as canções e as repetições comuns em gravações de shows, a plateia não se mostrou cansada nas duas horas de show e saiu do Teatro Bradesco querendo mais.