Os estádios tomados por milhares de fãs ficaram para trás, assim como a dupla Sandy & Junior. Dois anos e meio após o fim da parceria com o irmão, será num teatro de Curitiba (PR) de 2.400 lugares que Sandy fará no dia 19 o primeiro show da carreira solo, com o álbum “Manuscrito”. É o início da turnê que se estende até 2 de dezembro, passando por São Paulo, Rio e Porto Alegre. Em entrevista à coluna, a cantora mostrou que não teve medo de arriscar numa versão intimista e menos popular neste trabalho.
Sente-se melhor no palco sozinha ou em dupla?
Ainda sinto falta do meu irmão no palco. Ele dividia a responsabilidade comigo e isso é o que pega mais. Agora estou sozinha. Tenho que estar mais ligada na banda, em tudo. Fora que era gostoso ter a presença de quem você ama. Por outro lado, é desafiador e gosto disso.
Qual foi a maior mudança?
Fiquei sem me exercitar como artista. Perdi um pouco o ritmo, me acostumei a ter rotina, tempo para almoçar, fazer ginástica, acupuntura, terapia, check-up médico, ir ao cinema. Dei um descanso daquela vida sem horário que sempre tive.
Hoje seu público é reduzido em relação aos milhões de fãs da dupla. Esperava por isso ou a carreira solo ainda não explodiu?
Esperava muito menos do que estou tendo de resposta. Quando decidi fazer uma música menos popular, tinha a certeza de que meu público reduziria muito. Achava que os fãs que me acompanhavam não se interessariam por este som novo. Mas vejo, pelo Twitter e pelos programas de tevê, que ainda tem gente fiel do público de Sandy & Junior.
Como foi a influência de seu marido, Lucas, no show?
Ele fez os novos arranjos, pois o show tem covers de outros artistas, e me ajudou a passar para o show a cara do disco, dar um ar mais pessoal.
E ninguém melhor do que ele, que é um dos produtores do CD e meu marido. Lucas sempre me dá opiniões, conselhos. É um marido superparticipativo. Mulher sempre gosta de dar palpite na vida do marido, mas aqui em casa é um pouco diferente. Ele se envolve mais com meu trabalho do que eu com o dele.
Por que você não se envolve tanto?
Eu gosto, dou opiniões, mas sinto que ele nem precisa muito delas (risos). Ele presta muita atenção em tudo o que eu falo e me sinto bem com isso.
Cogita interromper a carreira para engravidar?
Sim. Tenho planos de lançar mais um disco antes de engravidar. Assim como nasci para cantar, nasci para ser mãe. Quero planejar a gravidez para interromper a carreira num momento mais adequado, mas no máximo por um ano.
Por que é adepta do Twitter?
Ele humaniza. Escrevemos sobre o cotidiano. Sempre teve essa coisa de a Sandy ser intocável, perfeitinha. Entrei meio disfarçada para tuitar com amigos. Mas no primeiro dia três mil pessoas já me descobriram e não consegui segurar. Mesmo sem querer, foi um jeito de as pessoas perceberem que sou de carne
e osso. Tuito que estou com raiva por ter uma obra ao lado de casa e as pessoas se espantam, ou que comi uma feijoada e comentam: “A Sandy come feijoada, como eu?” O que as pessoas imaginam que eu como? É engraçado.
Como imagina a primeira turnê solo?
Terei de me controlar para não chorar no show. Tenho uma saudade! No primeiro dia de ensaio fui de salto alto, como estarei no show, e fiquei com uma dor no pé direito. Deve ter machucado, mas nem sei a razão. Mal conseguia andar. Na hora nem senti e falei: como é que machuquei esse pé? E minha garganta parecia um pouco enferrujada. Tinha a sensação de que não conseguiria cantar tantas músicas, mas estou correndo atrás.