Sandy desfez a dupla com o irmão, Junior, no fim de 2007 e, nesta semana, lançou seu primeiro trabalho solo chamado “Manuscrito”. O álbum pode ser considerado um disco autoral não apenas por ter composições assinadas por Sandy, algumas delas em parceria com o marido, o músico Lucas Lima, ou o irmão, como também por ser intimista e ter muito da personalidade da cantora. O universo de estrela, naturalmente, ainda persegue a moça, que chegou a fazer shows para 1,2 milhão de pessoas e a vender mais de 15 milhões de CDs. Além da entrevista coletiva que deu, na última terça-feira, Sandy só conversa com os jornalistas por e-mail e faz questão de, ela mesma, cuidar de todos os detalhes de sua carreira como, por exemplo, liberar as fotos que os veículos de imprensa irão usar como divulgação. Foi assim que a coluna conseguiu conversar com a moça, que, aos 27 anos, recomeça sua carreira do zero, mas com todo o jeitinho de estrela pop que ela tanto quer deixar para trás.
Que tal ficar dois anos sem compromissos com shows, programas de tv, entrevistas e sessões de fotos? Afinal, você trabalhou direto por 17 anos…
Sandy – Foram anos importantes pra cuidar da vida pessoal, descansar, pensar com calma no meu futuro profissional. Considero este período fundamental em minha vida.
Durante esse período, você pôde ficar se dedicando a sua casa e ao seu marido. O que fez que não podia fazer antes? Tipo dormir até a hora que queria, ver TV à tarde, esperar o marido chegar do trabalho, fazer um bolo no meio do dia…
Sandy – Sim, tive mais tempo pra ficar em casa, terminei a faculdade e cuidei de muitas coisas que há muitos anos não tinha tempo para fazer. Eu fazia os meus próprios horários e acordava tarde de vez em quando sim (risos)
Desde que se separou – musicalmente – do seu irmão, chorou de saudade, medo ou ansiedade?
Sandy – Quem assistiu ao nosso último show, em dezembro de 2007, pode ver o quanto choramos e nos emocionamos. É claro que mexeu comigo; afinal foram 17 anos de uma história que havia começado em nossa infância! Os medos e ansiedades fazem parte do ser humano. Mas, como tomei uma decisão mto consciente, em nenhum momento me arrependi. Chorei tudo o que tinha que chorar antes; depois, não!, apesar da saudade eterna. Então, posso dizer que hoje estou feliz, tranquila e segura com a decisão que tomamos há três anos.
Quais são as referências dessa nova Sandy? E por que escolheu fazer um CD só com músicas autorais?
Sandy – Gosto muito da KT Tunstall, Jamie Cullum, Coldplay, Damien Rice, a Nerina Pallot, que participou da faixa “Dias Iguais”… E muitos outros. O fato de o CD ter ficado autoral foi uma consequência e não uma escolha. Aconteceu naturalmente no processo de concepção do projeto e escolha das músicas.
Os clipes da antiga dupla que você fazia com seu irmão não tinham muita entrada em canais com a MTV e o Multishow e, agora, o vídeo de sua primeira música de trabalho irá estrear nesses canais de música. Essa “rejeição” te incomodava?
Sandy – Nossos últimos álbuns enquanto dupla já tinham uma boa entrada e ótima execução nestes canais. Ganhamos até alguns prêmios Multishow e nosso último projeto em dupla foi o “Acústico MTV Sandy e Junior”. Imagino que a gente não se encaixava mais no início da carreira, quando éramos uma dupla infantil! Clipes como “Desperdiçou”, “Estranho jeito de amar”, “Nada vai me sufocar” e outros foram bem executados neste canais. Mas é muito bom ter esse espaço de novo.