Sandy lança seu primeiro projeto em carreira solo, Manuscrito, em coletiva para a imprensa em São Paulo. As vendas digitais começam hoje e o CD físico chega às lojas no dia 7 de maio nas versões simples (CD) e deluxe (CD + DVD), que virá com documentário.
Release de projeto
Liberdade. Esta é a palavra que Sandy mais tem gostado de ouvir e de dizer nos últimos tempos. “É muito bom ter total liberdade de criação. Gravei o repertório que eu queria, do jeito que queria, com os músicos que escolhi; fazendo muitos ensaios, sem me preocupar com prazos. É o sonho de qualquer artista”, diz a cantora e compositora, que assina seu primeiro álbum-solo.
“Manuscrito”, o disco, é um avanço ousado na contramão do que se esperava de uma artista que bateu recordes de vendas e de público. Um trabalho intimista, predominantemente acústico e suave. “É um disco que mostra muito quem sou, o que gosto de ouvir, de compor, o que sei fazer de melhor. Ele tem um som mais orgânico, acústico. É um trabalho que reflete muito bem meus sentimentos”.
Boa parte das músicas nasceu da relação cada vez mais íntima entre Sandy e o piano. Fascinada pelos acordes menores, “mais tristes e mais bonitos”, ela fez com que suor e inspiração corressem juntos, a favor de seus desejos musicais ? acompanhada pelo marido, Lucas Lima, e pelo irmão, Junior Lima, que dividem a autoria da maioria das canções do álbum. “Mas todas as músicas no disco têm a minha mão, a minha cara. Fui buscá-las no fundo da alma”, diz ela.
“Manuscrito” foi gerado durante pouco mais de dois anos, depois de anunciado o final da dupla Sandy e Junior no final de 2007. A busca de Sandy por suas próprias melodias e identidade foi num crescendo, até desaguar numa intensa produção musical em 2009, quando sentiu que era hora de reunir os músicos, ensaiar e encarar o estúdio de gravação.
Lucas Lima e Junior Lima são os dois principais artífices e produtores de “Manuscrito”. Não por questões pessoais e familiares, mas por inevitáveis afinidades musicais e conhecimento de causa. “Eles acompanharam o nascimento dessas canções, tinham nas mãos todos os elementos para transformar o que eu sentia e o que eu queria em música ? além de serem músicos e produtores talentosíssimos”, diz Sandy.
Lucas e Junior tocaram vários instrumentos no disco e arregimentaram uma banda básica formada por Eloá Gabriele Gonçalves (piano e teclados), Marcelo Modesto (guitarras, violões e outras cordas), Alex Robert Heinrich (baixos elétrico e acústico) e Samuel Fraga Pereira (bateria). Alguns dos músicos já haviam tocado com Sandy, seja no tempo em que ela atuava ao lado de Junior, seja em projetos paralelos e até mesmo informais. Outros foram convidados a emprestar seu toque ao trabalho, completando as paisagens sonoras que Sandy imaginava ideais para cada canção.
Há diversos outros elementos no novo som de Sandy ? violinos, cellos, acordeom, ukulele, banjo, bandolim, sintetizadores vintage como o Moog, órgão Hammond ?, mas não espere quantidades absurdas de informação em uma só faixa. Tudo em “Manuscrito” tem o momento certo de aparecer, como as personagens de um enredo bem construído. Os arranjos elaborados em trio (por Sandy, Lucas e Junior) respeitam e preservam as grandes qualidades do álbum: elegância e ausência de excessos.
Esta proposta delicada já cruzou mares e conquistou, no Velho Mundo, admiradores e parceiros. A cantora, compositora e pianista inglesa Nerina Pallot, por exemplo, aceitou imediatamente o convite de Sandy para tocar na faixa “Dias Iguais”. Fez mais: verteu a letra da canção para o inglês e dividiu os vocais na gravação. O encontro das duas não aconteceu virtualmente, cada uma em seu estúdio, como é comum hoje em dia. Foi uma troca genuína: Nerina recebeu Sandy em Londres, onde tiveram a oportunidade de cantar juntas e, de quebra, apresentou o engenheiro de som Jason Tarver, que veio ao Brasil e foi o técnico responsável pela gravação de “Manuscrito”.
O álbum foi gravado com calma e em vários lugares, numa inesperada conexão São Paulo-Londres-Campinas. Sem um prazo restrito para sua finalização, as canções foram ganhando seu colorido particular ? intérprete e arranjadores adicionavam elementos, suprimiam outros, até chegar à forma que cada composição pedia. “Foi muito bom não ter hora para acabar, poder trabalhar sem pressão, e saber direito o que cada música necessitava. Ter tempo é algo impagável.”
Sandy tem noção de que seu novo repertório pode não fazer multidões vibrarem em estádios. São canções para teatros, casas de espetáculo, para plateias exclusivamente interessadas em ouvir. “Tenho 27 anos de 20 de carreira ? acho que já está de bom tamanho, não é? Eu me realizei muito com o sucesso que fiz com meu irmão, mas agora estou mais a fim de me divertir, fazer música para ser feliz e, talvez, com isso levar algo de positivo para as pessoas que se identificarem com o meu som. Este disco é um sonho realizado”.