Ela há tempos já não canta Maria Chiquinha ou encarna a garota que fez splish splash no cinema, mas tampouco é ainda “aquela dos 30”. Aos 33 anos, Sandy deixa para trás de vez a aura de garotinha doce, que a acompanhou durante os anos nos palcos ao lado do irmão, Junior, para mergulhar nas aventuras diárias de mãe moderna. É assim, alternando o tempo entre shows e a televisão, que a cantora comemora a participação mais especial de sua vida: o filho Theo, que completa dois anos em junho.
O protagonismo que o pequeno exerce na vida da mãe já se percebe nos primeiros minutos da conversa com Donna por telefone. Theo é citado logo de início quando a artista comenta a nova temporada do reality musical SuperStar, do qual é jurada. Enquanto enumera as novidades da atração, que voltou à grade de programação da Globo aos domingos desde a semana passada, acompanha as brincadeiras do menino, que passeia pela casa fazendo ecoar a vozinha faceira do outro lado da linha.
— Ele está gritando aqui — ri a mãe.
Ainda que encare a função de jurada pela segunda vez no programa, Sandy reluta a cada vez que precisa deixar o filho aos cuidados do marido, o músico Lucas Lima, ou da mãe, Noely, em Campinas, cidade em que mora no interior de São Paulo.
— Se eu não levar o Theo (para o Rio, onde são as gravações do SuperStar), vou perder quase dois dias com ele. Para mim é muito triste, ainda não estou acostumada. Sinto muito, meu coração dói de ficar longe dele — revela.
Aos pouquinhos, a cantora tem aprendido a driblar a saudade enquanto redescobre o amor pela música. Depois de quase um ano longe dos holofotes em licença-maternidade, Sandy retornou ao trabalho no ano passado, em abril, quando estreou no programa. Não deu outra: o contato com o público reacendeu a paixão pelos palcos, que agora ocupa espaço na agenda antes quase que inteiramente dedicada ao bebê. Retomou os shows com uma “turnê teaser”, espécie de aquecimento para as filmagens do DVDMeu Canto, gravado em novembro do ano passado. A previsão é de que o trabalho, que conta com participação de Gilberto Gil e Tiago Iorc, chegue às lojas no início de maio – coincidindo com a turnê homônima, que começa no dia 5 do mês que vem, em São Paulo, e já tem apresentações marcadas no Rio, Brasília, Curitiba e Goiânia.
— Foi um show bem intimista, gravado no Teatro Municipal de Niterói, que é pequenininho e lindo, compõe muito bem o cenário. O repertório está muito bacana e tem tudo a ver comigo. Reúne músicas dos meus CDs solo (Manuscrito, de 2010, e Sim, de 2013) e duas músicas da época de Sandy e Junior, senão meus fãs me matam — diverte-se.
Justamente para agradar a quem curte o histórico da dupla, as canções Desperdiçou e Nada É Por Acasoestarão no DVD. Sandy guarda consigo as lembranças – boas e más – de ter crescido em frente aos holofotes. Talvez por isso tente preservar ao máximo a privacidade de Theo (nas redes sociais, a família divulgou apenas as mãozinhas do bebê, que foi fotografado raras vezes por paparazzi). O motivo? Tentar manter, como ela diz, a “vidinha dele” o mais próxima possível de uma criança comum.
— Junior, Lucas e eu tivemos muita sorte de ter virado gente normal, mas é muito perigoso para uma criança. Espero que o Theo não queira ser artista mirim, porque tenho medo de como isso pode repercutir no futuro dele, na pessoa que ele vai se tornar — admite.
E, por enquanto, as peripécias de Theo terão como palco apenas a sala de casa. Nos intervalos entre uma brincadeira e outra, Sandy conversou com Donna no papo que você lê a seguir.
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