Sandy atendeu a imprensa nos bastidores da reestreia do seu show, no Rio de Janeiro, neste sábado. Quando ela entra na sala reservada para isso, os jornalistas já estavam ali há quase uma hora. “Vamos fazer assim: televisão primeiro. Repórteres para a direita, câmeras para a esquerda, por causa do espelho. Cadê aquela iluminação? Ah tá”, guia, com a habilidade de quem lidou com isso a vida toda. Neste ano, ela completa 21 anos de carreira.
É muito tempo, visto que ela tem só 28 anos. “Já passei por muita coisa. Quando a gente tem uma responsabilidade grande desde pequeno, profissional inclusive, isso traz maturidade e experiência. Sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas também. Acho que isso reflete um pouquinho nessa maturidade e experiência que eu tenha a mais do que pessoas da minha idade. Não todo mundo, é claro”, diz ao SRZD.
Essa maturidade reflete no seu primeiro álbum solo, “Manuscrito”, com letras mais consistentes e melancólicas que as da época em que trabalhava em dupla com o irmão. “Foi a primeira vez que eu pude dar vazão só à minha criatividade, minha personalidade artística. Antes era aquela preocupação de fazer o som meu e do meu irmão, que era ótimo e morro de saudade. Mas agora tenho essa oportunidade de fazer só o que eu quero. É um disco totalmente autoral, porque eu queria expressar quem eu sou na música”, conta.
Para lidar com os jornalistas, ela tem uma assessora, que não se intromete nos temas abordados, mas tenta apressá-los. “Só mais uma pergunta! Ela está atrasada!”, dizia. Mas não adianta: Sandy responde a todas as questões e se safa de todas as perguntas supostamente polêmicas pela tangente. Uma repórter pergunta se é verdade que ela se acha feia, distorcendo uma declaração anterior dela. “Não foi isso que eu disse. Só não me acho linda como um monte de gente me fala. Mas feia também não”, responde.
Do lado de fora da sala, uma fila de fãs sorteados espera para ser atendida. A maioria cresceu escutando Sandy e Junior. Segundo ela, já tem gente trazendo filho para que ela conheça. “É muito interessante isso. Tem criança que vem dizendo ‘Sandy, Sandy!’ e eu penso ‘como essa criança me conhece?’. Porque eu já não faço mais música infantil há muitos anos. Então eu fico me perguntando ‘por que algumas crianças ainda gostam de mim?’. É porque os pais mostram para elas. Eu descobri isso. Acho fofo, acho lindo de ver. Tem essas novas gerações, mas curtem as coisas mais antigas, da época de Sandy e Junior”, diz.
Isso, no entanto, não a anima a ser mãe logo. A cantora diz que quer trabalhar e aproveitar mais a vida de casada. “São só dois anos e meio de casamento, tenho que aproveitar mais. O desejo de ser mãe sempre foi forte. Quando eu vejo uma criancinha, como a filha da minha amiga, a Fernandinha Rodrigues, que é a coisa mais fofa do mundo, é claro que aguça essa vontadezinha. Mas também não é um negócio que vai me fazer colocar abaixo todos os meus planos”, afirma.
A entrevista acaba, mas o dia está apenas começando para a cantora, que já passou som e jantou rápido para começar a maratona que é um dia de show. “Ela engoliu a comida”, diz a assessora. Em seguida, Sandy recebe os fãs para fotos e autógrafos, troca de roupa, se apresenta, recebe os convidados no camarim, posa para mais fotos, dá mais autógrafos e vai finalmente para o hotel, onde isso tudo se repete, com os fãs seguidores que a esperam ansiosos na porta. A vida dela é assim… há 21 anos.